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domingo, 29 de junho de 2014

BIOGRAFIA DE BALZAC

BIOGRAFIA DE BALZAC 
Para facilitar a leitura e entendimento, será publicada em vários capítulos.
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SOBRE A OBRA DE BALZAC NO BRASIL 
Antes de conhecer a biografia de Balzac, saiba um pouco sobre Paulo Rónai, o incentivador e grande propulsor para a realização da tradução e publicação da obra no Brasil.   

Paulo Rónai nasceu em Budapeste em 13 de abril de 1907 e morreu no Brasil em Nova Friburgo no dia 1 de dezembro de 1992. 
Foi tradutor, critico, revisor e professor de francês e latim no Colégio Pedro II do Rio de janeiro. 
Foi ele quem coordenou o projeto "A Comédia Humana" de Honoré de Balzac para a editora Globo de Porto Alegre. 
Aqui trago aos leitores um pouco desse magnífico trabalho sobre a Comédia Humana, considerada obra prima da literatura universal. Meu objetivo é disponibilizar esta maravilha literária também na internet, dando assim uma oportunidade a leitores virtuais é àqueles que, por alguma razão, não tiveram a oportunidade de ler.
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ADVERTÊNCIA AO LEITOR
Por Paulo Rónai
                    "A maior parte dos romances e das novelas de Balzac já foram publicadas em Portugal e no Brasil,  alguns até em várias traduções. Nunca se fez, porém, uma tradução portuguesa completa da Comédia Humana, conjunto formado de 86 romances e novelas e que, no espírito do autor, constituía uma obra única. Neste sentido, a Comédia Humana é um dos maiores ou talvez o maior projeto já idealizado e realizado na literatura universal por um só escritor . 
                   Mesmo em outras línguas são raras as traduções da obra completa. Sei da existência de duas versões inglesas, de uma italiana e uma alemã. Nenhuma delas é anotada.
                    Na própria França, onde há, naturalmente, várias edições da Comédia Humana, só existe uma anotada, publicada pelo editor Conard e organizada por Marcel Bouteron e Henri Longnon. 
                    Em face desses dados poderá o leitor avaliar o alcance da presente iniciativa da Livraria do Globo, de Porto Alegre -  iniciativa que constitui legítimo título de orgulho da indústria brasileira  do livro. 
                    Esta edição brasileira da Comédia Humana distingue-se pelas seguintes características: 
                     I - uma introdução nova, feita por um corpo de tradutores experimentados e conscienciosos, cotejada linha por linha com o texto francês da recente edição da Bibliotheque de la Pléiade, organizada por Marcel Bouteron e considerada definitiva; 
                    II - o restabelecimento da divisão em capítulos e dos títulos de capítulos, existentes nas primeira edições feitas por Balzac e suprimidos pela maioria dos editores por motivos de economia; 
                     III - a inclusão dos melhores ensaios biográficos sobre Balzac, escritos por seus contemporâneos mais ilustres, e dos estudos mais importantes que à Comédia Humana consagraram os mestres da crítica universal. 
                     IV - uma documentação iconográfica tão completa quanto possível; 
                      V  - uma sucinta biografia de Balzac, escrita especialmente para a presente edição pelo autor dessa advertência, que desde anos se vem dedicando a estudos balzaquianos; 
                      VI - 86 pequenos estudos introdutivos, um para cada romance ou novela, feitos especialmente para a presente edição, pelo mesmo; 
                      VII - notas de pé de página, escritos especialmente para acompanhar o texto da edição brasileira, pelo mesmo. 
                     A edição foi empreendida num momento particularmente difícil para o pesquisador, ante a impossibilidade total de obter livros da Europa em razão da guerra. Assim, por exemplo, não pôde utilizar a excelente edição Conard para a redação das notas. Se, embora com muitas falhas, o comentador pôde executar a sua tarefa, deve-o às bibliotecas públicas do Rio de Janeiro e à extraordinária gentileza de muitos intelectuais e bibliófilos brasileiros que lhe permitiram dispor das preciosidades de suas estantes, e aos quais expressa aqui a sua gratidão. 
                     Devo agradecimento a todos os tradutores da grande obra: Álvaro Gonçalves, Berenice Xavier, Carlos Drummond de Andrade, Casemiro Fernandes, Ernesto Pelanda, Gomes da Silveira, Mário D. Ferreira santos, Valdemar Cavalcanti, Vital de Oliveira, Wilson Lousada, cujo trabalho honesto e inteligente merece ser posto em relevo. Cumpre-me assinalar aqui a valiosa colaboração do meu ex-aluno Raymundo Francisco Araújo no cotejo das traduções com o original e nas pesquisas de biblioteca. 
                    Gostaria, finalmente, de associar os leitores à homenagem que, ao meu ver, cabe à casa editora, - a qual, ciente de sua alta função cultural, teve a coragem de enfrentar tamanha iniciativa. É-me grato lembrar aqui que o Sr. Maurício Rosenblatt, gerente da sucursal do Rio de janeiro da Livraria do Globo, o qual se tornou um balzaquiano fervoroso, foi colaborador mais assíduo do Balzac brasileiro. 
                   Uma grata lembrança de discípulo vai aqui a meus grandes mestres, a quem devo minha iniciação nos estudos balzaquianos: o Sr. Marcel Bouteron, bibliotecário do Instituto de França e conservador da coleção Spoelberch 
 de Louvenjoul (repositório dos manuscritos de Balzac), suma autoridade em todas as questões relacionadas com o autor da Comédia Humana; o Sr. Fernand Baldensperger, professor de literatura comparada na Sorbone, atualmente na Harvard University, autor de um livro magistral sobre Orientation Étrangères chez Honoré de Balzac e que honrou a nossa iniciativa com um ensaio especialmente escrito para a presente edição, e o Sr. Willian Hobart Ryce, cuja excelente obra de referência, A Balzac Bibliography, constitui um auxílio indispensável em qualquer trabalho que se empreende acerca de Balzac e de sua obra. 
                   O editor, os tradutores e o organizador da presente edição confiam  em que o seu grande empreendimento chegue a termo antes d 1950, data em que se celebrará o centenário da morte de Balzac. 
                   A ideia desta publicação, concebida num momento em que a França, ocupada pelo invasor, vivia uma das horas mais sombrias de sua história, era a expressão de nossa fé comum em sua ressurreição. Sentimo-nos felizes em verificar que esta esperança se transformou numa realidade, antes mesmo da publicação do primeiro volume."
                                                                        Rio de Janeiro, fevereiro de 1945.
                                                                                                             PAULO RÓNAI   
Este trabalho é gigantesco, mas resolvi disponibilizar os capítulos para que todos tenham a oportunidade de acompanhá-lo. 
Nicéas Romeo Zanchett 
                    
                   

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